quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Cordel Para Pedro Bial


     Antônio Barreto nasceu nas caatingas do sertão baiano, em Santa Bárbara/Bahia-Brasil. Professor, poeta e cordelista. Amante da cultura popular, dos livros, da natureza, da poesia e das pessoas que vieram ao Planeta Azul para evoluir espiritualmente.
     Graduado em Letras Vernáculas e pós-graduado em Psicopedagogia e Literatura Brasileira.
     Seu terceiro livro de poemas, Flores de Umburana, foi publicado em dezembro de 2006 pelo Selo Letras da Bahia.
     Vários trabalhos em jornais, revistas e antologias, publicou aproximadamente 100 folhetos de cordel, abordando temas ligados à Educação, problemas sociais, futebol, humor e pesquisa, além de vários títulos ainda inéditos.
     Antônio Barreto também compõe músicas na temática regional: toadas, xotes e baiões.



BIG BROTHER BRASIL, UM PROGRAMA IMBECIL.

Autor: Antônio Barreto

 
Curtir o Pedro Bial
E sentir tanta alegria
É sinal de que você
O mau-gosto aprecia
Dá valor ao que é banal
É preguiçoso mental
E adora baixaria!

Há muito tempo não vejo
Um programa tão 'fuleiro'
Produzido pela Globo
Visando Ibope e dinheiro
Que além de alienar
Vai por certo atrofiar
A mente do brasileiro...

Me refiro ao brasileiro
Que está em formação
E precisa evoluir
Através da Educação
Mas se torna um refém
Iletrado, 'zé-ninguém',
Um escravo da ilusão.

Em frente à televisão
Longe da realidade
Onde a bobagem fervilha
Não sabendo essa gente
Desprovida e inocente
Desta enorme 'armadilha'.

Cuidado, Pedro Bial,
Chega de esculhambação,
Respeite o trabalhador
Dessa sofrida Nação!
Deixe de chamar de heróis
Essas girls e esses boys
Que têm cara de bundão.

O seu pai e a sua mãe,
Querido Pedro Bial,
São verdadeiros heróis
E merecem nosso aval,
Pois tiveram que lutar
Pra lhe manter e educar

Com esforço especial.
Muitos já se sentem mal
Com seu discurso vazio.
Pessoas inteligentes
Se enchem de calafrio,
Porque quando você fala
A sua palavra é bala
A ferir o nosso brio.

Um país como o Brasil,
Carente de educação,
Precisa de gente grande
Para dar boa lição.
Mas você, na rede Globo,
Faz esse papel de bobo
Enganando a Nação.

Respeite, Pedro Bienal,
Nosso povo brasileiro
Que acorda de madrugada
E trabalha o dia inteiro.
Dá muito duro, anda rouco,
Paga impostos, ganha pouco:
Povo HERÓI, povo guerreiro.

Enquanto a sociedade
Neste momento atual
Se preocupa com a crise
Econômica e social

Você precisa entender
Que queremos aprender
Algo sério - não banal.
Esse programa da Globo
Vem nos mostrar, sem engano,
Que tudo que ali ocorre
Parece um zoológico humano,
Onde imperam a esperteza,
A malandragem, a baixeza:
Um cenário sub-humano!

A moral e a inteligência
Não são mais valorizadas.
Os "heróis" protagonizam
Um mundo de palhaçadas,
Sem critério e sem ética,
Em que vaidade e estética
São muito mais que louvadas.

Não se vê força poética
Nem projeto educativo.
Um mar de vulgaridade
Já tornou-se imperativo.
O que se vê, realmente,
É um programa deprimente,

Sem qualquer objetivo!

Talvez haja objetivo,
"professor" Pedro Bial:
O que vocês estão querendo
É injetar o banal,
Deseducando o Brasil,
Nesse Big Brother vil,
De lavagem cerebral!

Isso é um desserviço,
Mal exemplo à juventude,
Que precisa de esperança,
Educação e atitude.
Porém, a mediocridade
Unida à banalidade,
Faz com que ninguém estude...

É grande o constrangimento
De pessoas confinadas
Num espaço luxuoso,
Curtindo todas baladas:
Corpos "belos" na piscina,
A gastar adrenalina:
Nesse mar de palhaçadas

Se a intenção da Globo
É de nos "emburrecer",
Deixando o povo demente,
Refém do seu poder:
Pois saiba que a exceção
(Amantes da educação)
Vai contestar a valer!

A você, Pedro Bial,
Um mercador da ilusão,
Junto a poderosa Globo,
Que conduz nossa Nação,
Eu lhe peço esse favor:
Reflita sobre seu labor
E escute seu coração.

E vocês, caros irmãos,
Que estão nessa cegueira,
Não façam mais ligações
Apoiando essa besteira.
Não deem sua grana à Globo;
Isso é papel de bobo.
Fujam dessa baboseira!

E quando chegar ao fim
Desse Big Brother vil
Que em nada contribui
Para o povo varonil,
Ninguém vai sentir saudade:
Quem lucra é a sociedade
Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor,
Que nós somos os culpados,
Porque saem do nosso bolso
Esses milhões desejados,
Que são ligações diárias,
Bastante desnecessárias,
Pra esses desocupados.

A loja do BBB
Vendendo só porcaria,
Enganando muita gente
Que logo se contagia
Com tanta futilidade;
Um mar de vulgaridade,
Que nunca terá valia.

Chega de vulgaridade
E apelo sexual!
Não somos só futebol,
baixaria e carnaval.
Queremos Educação
E também evolução
No mundo espiritual!

Cadê a cidadania
Dos nossos educadores,
Dos alunos, dos políticos,
Poetas, trabalhadores?
Seremos sempre enganados
e vamos ficar calados
diante de enganadores?

(Barreto termina assim, alertando Bial:)

Reveja logo esse equívoco!
Reaja à força do mal!
Eleve o seu coração,
Tomando uma decisão,
Ou então: siga, animal!



Um comentário:

  1. Também recebi por e-mail!
    É mesmo "sensacional", abaixo o Pedro Bial!!! hehehe

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